Comprar um livro sem esperar nada em troca. Foi assim que A Insustentável Leveza do Ser entrou na minha vida. Vi sobre o filme e achei interessante, encontrei o livro em uma promoção e pensei “por que não?”, e assim o levei. Demorei um tempo pra ler, mas quando finalmente li.. Ah, não pensei que pudesse amar algo com tanta rapidez, logo nas suas primeiras páginas.
Milan Kundera é o autor. O ano é 1984. A história se passa em Praga no ano de 1968. O autor consegue escrever um romance no qual analisa fatos da vida aparentemente sem importância de forma profunda e reveladora. Também trata outros assuntos, como a morte, de forma leve, e não coloca ela como o grande fechamento trágico do livro. Não apela. Sabe usar metáforas (e que metáforas!). Ele disseca os personagens, analisa o amor, a vida, o sexo, a liberdade, a compaixão, a política, o todo, o nada. A trama é comum, mas o autor consegue fazer dela algo excepcional.
Sinopse: É um livro em que o desenvolvimento dos enredos erótico-amorosos se conjuga com extrema felicidade à descrição de um tempo histórico politicamente opressivo e à reflexão sobre a existência humana como um enigma que resiste à decifração – o que lhe dá um interesse sempre renovado. Quatro personagens protagonizam essa história – Tereza e Tomas, Sabina e Franz. Por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, cada um deles experimenta, à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la. (skoob)
“O homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado.”
“O romance é apenas a âncora para Kundera por em questão a filosofia pré-socrática de Parmênedes, que dissertava sobre a relação peso/leveza, a problemática da dualidade do ser humano, citando também neste Nietzsche, Sartre e o próprio autor, que faz diversos comentários a respeito do tema.” (resenha usuário skoob)
“O mais pesado dos fardos nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. (..) Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira. Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificante.“
Esse livro é uma viagem, histórica, emocional, filosófica, reflexiva. Esse livro me mudou, e para melhor. E só acho que conhecer a Tereza, o Tomas, a Sabina e Franz, faz de você um ser humano melhor.
É um livro pra ler, reler, e ler mais uma vez. E com muita atenção.
Isso ficou longo, mas poderia ficar ainda mais. Nem todas as palavras conseguiriam expressar o que é ler esse livro. Ele um clássico, uma lição. Ele é único.
“O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.”
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