Meus deus, eu não achava que seria mais uma vítima da crise dos 20, a famosa bad constante, mas ela chegou meus queridos, e chegou arrebentando. Fazem uns 2 meses que vivo em looping de não ver sentido/querer mudar/não ter energia. Eu quase abandonei o emprego, quase desisti da carteira de motorista, desisti dos exercícios, do blog, das paixões.. Basicamente eu abandonei a minha vida, porque até o que permaneceu foi levado no automático.
Sugestão: ler ouvindo
É muito estranho pensar que no início do ano eu vivia a melhor vida que eu pensava que era possível. Me formando, amando o trabalho, saindo com muita gente, transando a beça, muito ligada aos amigos, morando sozinha. E como pode tudo isso desmoronar assim? Eu passei muito tempo me perguntando: que decisões erradas tomei que me trouxeram ao fundo do poço? E querem saber a verdade? Eu ainda não sei. De verdade. Agora reconheço alguns gatilhos, mas eu tenho certeza que não poderia viver sem acioná-los.
Enquanto sofria, tentava entender o porquê. Mas descobri que essa não é a melhor abordagem. Quando a gente sofre, a gente só tem que sofrer. Quando a dor passar, aí sim a gente consegue analisar os acontecidos e entender o porque daquilo, o porquê de nos sentirmos daquele jeito.
Não sei vocês, mas eu sou o tipo de pessoa que não gosta de se sentir triste, simplesmente não consigo ver a vantagem disso. Então o que eu faço? Abafo. Mas sabe o que acontece quando abafamos? Explodimos. É tipo aquela lavagem que precisa ser feito quando a pessoa não vai ao banheiro, isso tudo não some, ela só se acumula. Desculpe o exemplo de baixo calão, mas ele resume bem. Toda a merda acumulada precisa sair, e quando ela sai, ela faz isso tudo que descrevi no primeiro parágrafo. Então a vantagem de sofrer é viver, sim, algo assim. A dor, o sofrimento, a tristeza são só alguns dos mil e um sentimentos que experenciamos durante a vida e nós os negligenciamos demais.
“É na angústia que o homem toma consciência da sua liberdade, ou se prefere, a angústia é o modo de ser da liberdade como consciência do ser, é na angústia que a liberdade está em seu ser colocando-se a si mesmo em questão” (SARTRE, 2002, pg. 72)
Esse texto não é sobre a cura, mas sobre viver o sofrimento. Se eu pudesse deixar apenas um conselho pra quem tá aí do outro lado, se sentindo mal por qualquer coisa, é: não acumule a merda. Se precisar chorar, chore, se precisar gritar, grite, se precisar jogar a merda no ventilador, jogue. Sofrer calado, acumular dor, fingir que está tudo bem não te ajuda a ficar bem, não de verdade dentro de você. Confie em mim, infelizmente eu virei uma expert no assunto.
Big girls don’t crying? Big girls sabem que chorar faz parte e não significa fraqueza.
Se joga nessa bad, depois a gente pensa sobre ela.
Playlist pra curtir a bad
Um pouco sobre a cura:
Recomendação de livro: geralmente após a dor, vem a restauração. Assim, um livro que me ajudou muito nessa fase foi o Pare de Reclamar e Concentre-se nas Coisas Boas, nome comercial do A complaint free world (um mundo sem reclamações). Geralmente quando estamos mal, vamos pra dois extremos: abafar a dor ou se colocar como vítima do mundo, às vezes até ambos. Esse livro ajuda a gente a entender racionalmente um pouco mais sobre isso tudo e repensar nossos atos perante a dor.
Links que podem te ajudar:
- Sartre foi um grande pensador da angustia e ele pode te ajudar a entender melhor o porque de você sentir
- Kierkegaard também pensou bem sobre isso
- Pra quando quiser voltar
Dica extra: Faça terapia! Não é coisa de doido, é coisa de todo mundo (será que todo mundo é doido? Acho possível).
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