Seria?

Às vezes penso que a vida seria melhor sem ela, mais fácil. Se ela aqui eu poderia me calar, deixar o acaso decidir por mim, ou só seguir o manual que ela insiste em jogar pela janela toda vez que ela chega em casa. Aqui a presença dela é como uma inquietação constante, mas também…

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seria?

Às vezes penso que a vida seria melhor sem ela, mais fácil. Se ela aqui eu poderia me calar, deixar o acaso decidir por mim, ou só seguir o manual que ela insiste em jogar pela janela toda vez que ela chega em casa.

Aqui a presença dela é como uma inquietação constante, mas também um lembrete do vazio que fica quando ela decidi sair para caminhar.

..

Um dia ela decidiu sair e não voltar. Batendo a porta ao sair. E eu me senti aliviada. E o alivio começou a crescer. Era como se todo o peso do meu corpo fosse se dissolvendo até não ter mais massa e então eu comecei a flutuar. E flutuei por dias, semanas, até a noção de tempo e espaço se perder, junto com tudo que um dia eu achei que era eu.

Então eu me lembro. Por um instante. Mas é o suficiente para a chamar. E eu chamo seu nome. Sem grandes esperanças que ela iria ouvir, ou muito menos vir me resgatar.

Mas ela, que saiu batendo a porta sem data para voltar, me encontrou e me levou para casa. E eu me lembro dos seus olhos brilhantes me confortando enquanto sua mão me guiava de volta para casa.. De volta a existência, de volta ao lar.

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