É incrível como meus insights pra escrever sempre vem em horas estranhas. Dessa vez estava eu, lavando louça, e comecei a pensar sobre os garotos que amei. O que desencadeou isso foi escutar uma música que me lembra um deles.
O mais engraçado de tudo é que a maior parte desses garotos que já amei nunca soube ou quem dirá saberá sobre meus sentimentos.
Tudo começou na quarta série. Lembro que ele tinha olhos claros e tênis surrado. A minha melhor amiga gostava dele e isso só fazia eu esconder ainda mais meus sentimentos. Uma vez escrevi em uma agenda o nome completo dele e vários corações, a minha amiga viu e eu simplesmente falei: ah, eu escrevi como se fosse você, porque você gosta dele. E ela acreditou. Sei que antes do fim do ano mudei de colégio e nem tive a foto da turma pra recordar. Mas ainda lembro do rosto dele e de como a pele bronzeada dele contrastava com os olhos azuis. Nunca mais vi nem ouvi falar dele, é difícil encontrar alguém pelo primeiro nome.
Depois veio outro.
Também de olhos claros e que eu apenas sabia o nome. Não estudava na minha turma, só no mesmo colégio. Tinha um nome diferente que eu me lembro até hoje. Esse nome foi parar na parte de trás do meu caderno, onde eu descolei o papel traseiro da capa, escrevi o nome e recolei, dessa vez ninguém saberia. Amei ele pouco tempo, pois logo me encantei com meu vizinho.
Nessa época as memórias se misturam, me lembro de 3 meninos e não em que ordem ocorreram. Um deles era esse vizinho. Cabelos louros, jeito de moleque e um ar de tentação. Aí os desejos já começavam a se manifestar de jeitos diferentes, não era mais atração simples, tinha um “q” a mais.
O outro eu nunca vi pessoalmente, mas se tornou meu amigo por anos. Tenho um print até hoje da nossa primeira conversa pelo Orkut e a troca de msn. Ele me fez ter desejos que eu não sabia que poderia ter. Com ele tive conversas que nunca mostraria para ninguém. Foi ele que eu desejei sexualmente pela primeira vez.
Simultaneamente, ou não, teve outro. Na época eu ia na igreja e convivíamos muito juntos por causa disso. Frequentávamos as casas um do outro, conversávamos e afins. Foi nele o meu primeiro toque. Lembro do momento, lembro dele deitado no meu colo e como minha mão ousava descer um pouco mais.
Aí depois deles teve o outro. Ele foi meu amor platônico por muito tempo até virarmos amigos no Orkut. Um dia tive coragem de falar pessoalmente e a amizade durou 1 ano. Não lembro o que sentia nessa época, mas lembro de que depois desse 1 ano, nós nos beijamos. Já falei sobre ele em um texto aqui, e foi por ele e com ele que senti muitos desejos novos. Fiquei bem perdida com o fim desse, porque não sabia o motivo de tudo ter acabado. Hoje sei, e meu deus, eu era muito idiota (but, assunto pra outro texto).
Mas passou e eu fiquei ok.
Fiquei ok por bastante tempo, tinha com o que ocupar a cabeça. Mas aí ele surgiu. Outro que começou platônico, outro que vivi tempos desejando saber o nome. E quando soube foi maravilhoso. Cara, realmente maravilhoso. Tão maravilhoso que daria um livro maior que o terceiro do GOT só de momentos maravilhosos. Ele foi aquele amor que todos deveriam ter a oportunidade de sentir. Começa de fininho, com receio, aí explode e essa explosão dura anos. E enquanto esse fogo queima, tudo é quente, tudo é grandioso. Tão grandioso que toma a gente por inteiro e é tão bom. Tão que me dá um negócio no peito só de pensar.
Mas no meio disso, parece que a chama parou de queimar. E eu não joguei mais lenha, eu só deixei ela apagar. Parecia tão a hora de acender uma nova fogueira. Às vezes penso sobre ele, penso que eu poderia ter sustentado mais, tentado mais, mas não sei. No final outro surgiu, no meio das cinzas de um amor que poderia ter renascido.
Foi engraçado, pois eu sei que ele poderia me amar quando eu não queria amá-lo. Afinal, meu coração ainda estava tomado por chamas alheias. Então eu esqueci, quer dizer, achei que tinha esquecido. Mas eu lembro de um dia estar em conflito sobre meu relacionamento quase terminado e por um breve, bem breve momento pensei em como seria estar com ele, o outro. Sabe o que é amar alguém e pensar em como seria amar outro? Isso é tão errado e devastador que não tem muito o que se fazer a respeito.
E daí o outro amor se foi, mas não queria me entregar a esse.
Era engraçado, quando estava sozinha, queria ele. Quando ele estava, não era tudo isso. Mas ele me mostrou músicas e foi uma delas que me fez pensar em tudo isso. Aí acabou, mas dá um sensação tão boa pensar nele, sabe? Talvez eu nem tenha me apegado a pessoa, mas sim na sensação que ela me passava. A sensação de que tudo era possível, a emoção de viver, a verdade de sentir.
Aí teve aquele cara, que até agora penso e não entendo direito. Mas sim, amei ele e amei intensamente por 3 dias (ou menos, ou mais). A história que se você quiser ler, pode clicar aqui.
Agora to aqui, escrevendo esse texto e pensando em como todos esses sentimentos e essas pessoas, por mais devastadoras que possam ter sido, elas me fizeram sentir viva. E ah que saudade que dá, dá saudade de pensar em alguém, de achar alguém incrível. De só estar, sentir, viver. Daí eu penso em como cada um dos finais tiraram um pedaço de mim e não sei, parece que mais um desses romperia com o que sobrou de mim. Mas é só um talvez. Amores tem dessas coisas, a gente nunca sabe como vai começar ou terminar, a gente só sabe que um dia vai vir e quando percebermos, aquela música vai ganhar outro sentido.
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