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Algo sobre o Lucas, algo sobre mim

Sou fã da fresno. Mas isso todo mundo que me conhece já tá cansado de saber.  Porém por ser tão fã, acabo acompanhando as páginas (twitter, facebook) dos músicos e principalmente do meu amorzinho, o vocalista/mente por trás de tudo, Lucas Silveira. Na página dele no facebook (realmente espero que seja dele mesmo), ele sempre…

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Sou fã da fresno. Mas isso todo mundo que me conhece já tá cansado de saber. 
Porém por ser tão fã, acabo acompanhando as páginas (twitter, facebook) dos músicos e principalmente do meu amorzinho, o vocalista/mente por trás de tudo, Lucas Silveira. Na página dele no facebook (realmente espero que seja dele mesmo), ele sempre posta umas frases e textos bem lindos e poéticos, bem no seu estilo de ser e escrever. E no meio de tudo isso um texto em especial me fez parar e pensar. Esse que colo abaixo e espero que vocês leiam e amem assim como eu li e amei. Vale a pena, mesmo.

Aos 13 ou 14 anos de idade, escrevi uma música que – para variar – falava sobre uma guria da minha sala que não me levava muito a sério. A idade era pouca, mas já era eu sendo eu mesmo, o lunático-mirim que sonhava ser astronauta e pedia ajuda ao professor carioca de geografia para calcular em quanto tempo eu poderia levar minha nave até o Sol. Foi quando o professor Fábio, esse carioca muito engraçado, revelou, para a minha ingrata surpresa, que não há nada lá.

É apenas uma bola de fogo, queimando até o combustível terminar. Não há nada lá. Também não há nada em Júpiter, nem Saturno, nem nos planetas seguintes. A gente não pode pegar uma nave e pousar lá. São astros gasosos, tão densos quanto o ar. Não há chão, não há atmosfera, não há pista de pouso. Não há nada lá que justifique a viagem (sem volta).

Isso encrustrou na minha cabeça, de uma maneira que me fez relacionar essa triste novidade com tudo que a vida colocava no meu caminho. A tal canção escrita para a guria que não me levava a sério custou, mas deu resultado. Isso me fez feliz por tempo suficiente para descobrir que tratava-se de uma missão sem propósito, um planeta gasoso sobre o qual eu não poderia pousar. Um corpo celeste cuja beleza pode ser observada à distância, em fotos de poderosos satélites que revelam belas e harmoniosas composições de formas e cores, mas que, ao passo em que aproximo minha astronave, essa beleza evanesce em uma fina névoa etérea, sem cheiro, sem cor, sem sabor, sem nada.

A música tem me levado veloz pela galáxia, numa velocidade em que torna-se perigoso o pouso, podendo esse resultar em feridas profundas e ferragens retorcidas projetando-se em velocidades inimagináveis me atravessando o corpo. O medo do acidente inevitável me fez encontrar conforto no sobrevôo sub-orbital, na contemplação distante e no contato mínimo com a infinita quantidade de luas, estrelas, buracos negros, intangíveis oceanos de anti-matéria e planetas que riscam o misterioso horizonte que passa pelas minhas janelas.

No entanto, dia desses orbitei insistentemente um pequeno ponto perdido no cosmo infinito, por vezes até confundindo suas marés, fazendo-as esvaírem vazantes de choro. O vôo progressivamente transformou-se em impensável rasante, de maneira que as leis da física, implacáveis e soberanas em qualquer parte desse Universo, apressaram a inevitável colisão. É quando o plano de vôo mostra-se desprovido de significado, o manobrar do manche não traz resultado e o grito de socorro no rádio não encontra destinatário. Emergência.

É quando chegamos ao eterno agora: eu, astronave desconhecida, sem combustível, destino, nem coordenadas para voltar, pedindo permissão para pouso.

Lucas Silveira.

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